Olá mentee,
Deixe-me adivinhar: você clicou neste artigo porque viu que é importante ter atividades extracurriculares para se candidatar para as universidades americanas, mas acha que não tem nenhuma no seu currículo ou acha que não tem o suficiente? Se esse é o seu caso, você está no lugar certo!
O que são atividades extracurriculares
Primeiramente, é importante que você entenda o que realmente pode ser considerado uma atividade extracurricular. Como o próprio nome sugere, atividades extracurriculares se referem a todas as atividades que você faz fora da sala de aula, fora da sua grade curricular.
Okay, então escovar os dentes pode ser considerado uma atividade extracurricular?
Teoricamente, sim — mas tenho certeza que você não iria ousar colocar isso no seu application. O que é considerado uma atividade extracurricular, na realidade, depende do significado que ela possui para cada pessoa.
"Para alguns estudantes, isso pode significar grandes responsabilidades familiares. Se ambos os seus pais estão trabalhando, e você tem que pegar os seus irmãos na escola e ajudá-los em seus deveres de casa, por favor nos conte! Porque não esperamos que você esteja fazendo todas as coisas que outras pessoas que talvez não tenham as mesma expectativas estejam fazendo. Então nós realmente sugerimos que os estudantes nos deem mais informações como essas extracurriculares, tudo fora da sala de aula pode ser uma extracurricular."
Assistant Director of Undergraduate Admissions de Yale.
Resumindo o que é uma extracurricular: tudo que você faz fora da sala de aula e tem um significado para você. Alguns Admission Officers ainda acrescentam que essas atividades devem ser algo que você seja muito bom ou que simplesmente goste de fazer.
Quais são os tipos mais comuns de extracurricular
Na realidade, é muito difícil responder a essa pergunta sem considerar o país no qual o aluno estudou. Por exemplo, nos Estados Unidos, as escolas geralmente oferecem diversas opções de atividades extracurriculares — esportes, debate, grêmio estudantil, e uma infinidade de clubes em todos os assuntos. Já no Brasil, se você não for de um colégio de elite, as oportunidades se limitam muito e sei que essa é a situação da maioria das pessoas. Nesse caso, você terá que criar uma oportunidade!
Como conseguir uma atividade extracurricular
A esse ponto, a resposta para essa pergunta pode parecer óbvia. Você gosta muito de música? Aprenda a tocar um instrumento, faça aulas de canto, ou escreva um musical para sua escola. Tem interesse em tecnologia? Aprenda a programar, entre no clube de robótica. Adora matemática, física, química ou qualquer outra matéria da escola? Inscreva-se em olimpíadas de conhecimento ou frequente aulas na faculdade perto da sua casa. Para cada interesse, as possibilidades são infinitas e variáveis. Porém, esse artigo tem o objetivo de mostrar como conseguir uma atividade extracurricular que vai impressionar os admission officers.
O que impressiona
Quer saber o que impressiona um admission officer? Tudo que você for excepcionalmente bom vai te colocar no topo do jogo quando se trata de extracurriculares. Muitas pessoas dizem que liderança é o que impressiona um admission officer, mas o fato não está na atitude de liderar e sim na assunção de que se você lidera algo, você é excepcionalmente bom naquilo. Se você é o melhor violinista do Brasil, ou do mundo, por exemplo, o que te faz pensar que estaria atrás de alguém que tem qualquer posição de liderança, como ser o presidente do grêmio estudantil?
Além do talento, outra coisa que impressiona os admission officers é o impacto. Quantas pessoas você ajudou com o seu projeto? Quantas pessoas foram impactadas pela solução que você criou para a sua comunidade? Quantos produtos a sua empresa vendeu e lucrou? Qual foi o aumento no desempenho dos alunos que você monitorou? Em resumo, quais foram os seus resultados? Mostrar resultados também é um indicativo de que você é bom em algo, de que você vai ser um membro ativo no campus e de que, no futuro, você irá fazer um impacto positivo no mundo.
Ter uma atividade que está conectada com a sua história também vai impressionar os admission officers. Por exemplo, eu sou de uma família muito humilde que não conseguiu me dar grandes oportunidades educacionais, então acabei tendo que criar as minhas próprias oportunidades. Porém, esse não é um processo muito intuitivo de seguir, então me dediquei a criar oportunidades para o máximo de jovens iguais a mim. Todas as minhas extracurriculares mais importantes são relacionadas com esse objetivo, e o SuperMentor é um exemplo disso. Se você conseguir essa combinação de elementos, tendo iniciativa em sua jornada, com certeza estará pronto para competir com qualquer um, em qualquer universidade.
Como conseguir os elementos que impressionam
Uma coisa que adianto: não é fácil e não existe uma fórmula para conseguir. A minha única dica é: comece algo. Comece agora. Existe algum problema na sua comunidade, ou mesmo no mundo, que você queira resolver? Pesquise, defina o problema, escreva sobre ele, estude métodos de como resolver problemas, junte um pessoal e siga em frente. Você tem quantos anos? 15, 16 ou 17? Não faça isso porque você quer passar em uma universidade, faça porque você quer aprender, gerar transformação. E seja feliz!
Em vez de falar como conseguir coisas tão subjetivas, acho deixar quem passou por isso contar a sua história, e essa pessoa é o Guilherme. Hoje, o Guilherme está envolvido em atividades de cunho social, dando aulas preparatórias para alunos de escola pública para conquistarem bolsas de estudo, e ministrando aulas de matemática e física aos jovens de sua igreja. Tendo já feito um summer em Harvard sobre black holes, ele está também desenvolvendo um aplicativo de divulgação de oportunidades acadêmicas em São Paulo, além de estar criando, junto de duas colegas, a primeira Simulação da ONU do Ismart (SIEP), instituto pelo qual ele recebeu bolsa de 100% para estudar em um dos melhores colégios do estado. Envolvido também em aulas preparatórias para o application e em aprender Japonês, Guilherme, um Embaixador Inspira Sonho, almeja impactar sua community por meio da inspiração de jovens socialmente desprivilegiados no Brasil.
O fato do colégio X não oferecer atividades extracurriculares para mim acabou saindo como uma vantagem. Porque se fossem fornecidas atividades extracurriculares, eu estaria sujeito a escolher somente dentre leque de opções que eles me oferecessem. Por exemplo, em algumas outras escolas mais voltadas para o processo de application, os alunos já têm opções definidas de atividades, o que os limita a se envolver com o que está dentro do currículo extracurricular da escola.
Como eu não tenho esses mesmos recursos, eu acabei pensando, 'Bem, aqui eu só estudo. Como eu posso me dedicar fora da escola, com as coisas que eu gosto de fazer e as coisas que eu quero construir?'.
No meu caso, o que eu mais gostava de fazer e o que estava me movendo durante essa época foi entender a desigualdade social, já que eu sou um aluno de escola pública que veio para uma escola particular. O meu objetivo, então, era tanto entender a desigualdade social como saber a forma que eu poderia ajudar outros. Assim, as coisas que eu tive a chance de viver e as minhas oportunidades me moveram a agir.
Foi difícil, no começo. Para criar um projeto do zero, eu tive que organizar tudo e pedir a opinião dos amigos. Eu peço ajuda sempre para eles, como, 'Cara, você acha que isso tá legal?', 'Meu, você acha que isso aqui tá bom?', 'Como eu posso organizar isso?', porque não é fácil criar algo.
Mas, hoje em dia, existe a possibilidade de encontrar vários projetos na internet para ver como outras pessoas tomaram ação no princípio. Tem como entrar em contato com elas, que estão super dispostas a ajudar. Porém, ainda assim, é difícil. Por isso, o que me ajudou muito foi pedir opiniões externas para que elas pudessem agregar com as minhas próprias. Porque, o que eu mais queria era criar um projeto de real impacto social.
Além disso, além do fato da minha escola não oferecer atividades extracurriculares, há outro problema, pois instituições como a que eu estudo são muito voltadas para o vestibular, de forma que os alunos tenham muito pouco tempo livre para se engajar em outras atuações.
Mas, ainda assim, eu acredito que, se você realmente gosta de alguma coisa e está comprometido a fazer algo, a sua paixão te impulsiona. É algo que você faz mesmo que seja em cinco minutos livres, simplesmente porque você ama fazer isso.
É por isso que eu acredito que não vai adiantar nada que uma pessoa comece atividades extracurriculares somente porque ela quer passar em uma universidade fora, por exemplo, porque, com o tempo, ela vai se sentir desestimulada: existirão obstáculos que, sem uma paixão para estimular esta pessoa, a levarão a desistir.
Outra dica que eu gostaria de dar é que você pode tentar conciliar a sua escola com o que você faz. Por exemplo, o meu colégio, apesar de não oferecer atividades extracurriculares, dispõe de um espaço bem aberto. Como eu passo muito tempo na escola, tentei transformar essa realidade em uma oportunidade. Eu conversei com o meu diretor para utilizar o espaço da escola para executar os meus projetos, por isso, acredito que, com o pouco que tenho disponível, eu posso tentar criar algo grande.
Takeaways
Você aprendeu que atividades extracurriculares são tudo aquilo que você faz fora da sala de aula e que têm um significado para você. Você deve fazer uma atividade porque gosta e não por pressão do application. Leve os seus interesses ao próximo nível, conseguindo impacto, sendo referência e ligando com a sua história, que você estará no topo do jogo quando se trata de atividades extracurriculares. Como fazer isso? Não há uma resposta certa. A única coisa que você tem que fazer obrigatoriamente é começar, e as outras respostas virão ao longo do processo.
Esperamos que você consiga achar a atividade certa para você e que consiga aproveitar e aprender ao máximo durante esse processo!