Oi, mentee!
Aplicar para universidades americanas é descrito por muitos como “uma viagem ao centro de você mesmo” e uma “imersão de autoconhecimento”, mas, no meio de todo esse crescimento pessoal, ter três surtos por dia e entrar em crise a cada cinco segundos acabam se tornando um cenário comum para muitos applicants.
Sabendo quanto o Application pode afetar a saúde mental do applicant, esse artigo contém sete dicas escritas por três colunistas do SuperMentor que estavam na mesma posição que você pouco tempo atrás.
Se você teme por seus níveis de ansiedade nesse ano de college admissions e busca minimizar seu estresse, esse post — somado com ajuda psicológica qualificada (!!!) — é para você!
Por Hellen Carvalho, aprovada na UC Santa Cruz, HULT International Business e na Universidade Federal de Santa Catarina em economia
1. Não se compare
Caso seu amigo tirou 1600 no SAT e sua amiga criou uma empresa quando tinha 13 anos, não se sinta inútil ou incapaz por não ser igual a eles. Primeiramente, compreenda que o que você conquistou ou deixou de conquistar não te torna inferior ou superior a ninguém. Isso porque cada pessoa possui sua própria história, teve distintas oportunidades e possui objetivos individuais. Segundamente, conheça seus pontos fortes e os valorize, assim como é necessário conhecer seus pontos fracos e buscar os evoluir, pois, no que é mutável, há a possibilidade de evolução. Sendo assim, olhe para seu/sua amigo(a) tendo ele(a) como inspiração e não para se depreciar e se reduzir.
2. Seja paciente consigo mesmo
Ninguém se torna ótimo em algo do dia para noite. É uma caminhada árdua e que exige muita paciência e respeito consigo mesmo, uma vez que lidar com níveis variáveis de motivação é uma tarefa muito complexa. Logo, em momentos de baixa motivação, vale relembrar o motivo pelo qual está almejando tal resultado ou seu propósito de vida. Além disso, não faça exigências inalcançáveis e irreais, pois essa atitude resultará em frustrações e desencorajamento. Portanto, tenha claro em sua mente suas metas (de curto, médio e longo prazo) e quais os passos que precisa seguir. Então, dê um passo de cada vez e não desista nos primeiros obstáculos, pois assim, com o tempo, você completará o caminho.
3. Organize-se: faça uma lista do que fazer
Com diversos tópicos para estudar, essays para escrever e documentações que precisam ser adquiridas, fica fácil se perder ou simplesmente não saber por onde começar. Logo, a organização diária é uma forma de guiar-se e não se estressar pensando se está esquecendo um assunto relevante ou perdendo um compromisso importante. O planejamento detalhado auxilia a priorizar o que é importante, além de ser uma ferramenta para analisar o seu progresso e suas necessidades.
Planejar diariamente as atividades da semana; estabelecer metas semanais (possíveis e mensuráveis); criar planilhas com o que cada universidade exige e ter um caderno de anotação para ideias, reflexões e temas de essays são técnicas de organização efetivas para o cumprimento dos prazos do application. Se está um pouco confuso(a) sobre que etapa deveria estar, inscreva-se na Newsletter do Super Mentor! Lá você receberá semanalmente informações sobre o que você deveria estar trabalhando, além de vários materiais e recursos para lhe auxiliar.
Por Ana Beatriz Studart, Harvey Mudd College Class of 2024
4. Você não precisa aplicar para toda e qualquer oportunidade existente na face da Terra
Você tem cinco summers que amaria aplicar para, mas todos com deadline depois de amanhã? Escolha um ou dois e deixe os outros de lado sem se martirizar!
Durante o Application, nós não vamos conseguir fazer tudo o que gostaríamos, mas algo de que você não pode abrir mão é de descansar. Todo o tempo que gastei me sobrecarregando com applications de última hora só resultaram em enxaquecas, essays sem pé nem cabeça e a frustração de não ter feito tudo o que tinha planejado. Você não está “desperdiçando oportunidades” por não aplicar para todos os summers, universidades e bolsas existentes no mundo. Ficar rebobinando na sua cabeça como você poderia ter se organizado melhor e feito tudo o que queria não vai te ajudar em nada. Faça o melhor que conseguir dada as suas circunstâncias atuais e não se culpe por descansar.
5. Integre-se com a comunidade de applicants brasileiros
Enquanto meus amigos e família foram fundamentais em me dar suporte emocional, a maioria nunca passou pelo processo de aplicar para estudar fora. Estando rodeado(a) de pessoas que estão focadas em vestibulares brasileiros, aplicar pode parecer insanidade. Assim, interagir nos grupos de applicants brasileiros — tanto no WhatsApp quanto no Facebook, como o BSCUE — fez com que eu me sentisse menos sozinha, além de ter sido uma ótima fonte de oportunidades, materiais de apoio e truques.
No entanto, ATENÇÃO! Isso pode ser uma faca de dois gumes, principalmente em períodos críticos do Application (semana de testes, deadlines chegando ou época final do ano). É importante sempre verificar se estar nesses grupos está te fazendo bem, pois, assim como há uma maioria de pessoas incríveis e dispostas a te ajudar, existem comportamentos ali que podem estimular certa ansiedade e competitividade desnecessária.
6. Não tem dica ou fórmula mágica que substitua ajuda psicológica profissional
Ter acompanhamento psicológico na reta final do Application foi algo que me fez internalizar várias dessas outras dicas e não há conselho que eu possa te dar, caro mentee, que substitua uma ajuda profissional.
Caso você tenha condição financeira de procurar um(a) psicólogo(a), psicoterapeuta ou outro(a) profissional da área, isso é algo que eu indicaria para qualquer pessoa e em qualquer fase da vida — mas especialmente em períodos estressantes como o do Application. Entretanto, caso você não tenha como bancar esses custos, existem instituições do governo e voluntárias que oferecem atendimento psicológico e psiquiátrico gratuito ou com preço simbólico.
Entre eles, o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza diagnóstico e oferece tratamento gratuito para depressão e outros transtornos em casos moderados ou graves por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em cidades com pelo menos 15 mil habitantes. Se essa não for uma possibilidade para você, outro conselho é pesquisar “Tratamento Psicológico Gratuito - [sua cidade]” para procurar iniciativas voluntárias independentes.
Por Rebeca Fontoura, Harvard College Class of 2024
7. Abrace o pior cenário possível
Por mais assustadores que sejam nossos pesadelos, a verdade é que o pior que pode acontecer não é tão ruim assim. Não passar em universidade alguma não é o fim do mundo. Por mais que até certo ponto o application dependa, sim, de você, depois de apertar “Submit”, os motivos e critérios dos admissions officers se tornam muito mais obscuros e às vezes até mesmo aleatórios. Saiba cantar Let It Go para as coisas que não estão ao seu controle. Portanto, se estudar fora é seu sonho, é bom que você conheça os riscos: gastar dinheiro e energia por um ano e mesmo assim poder ser rejeitado, mas também sair como uma pessoa completamente diferente da que entrou, conhecendo a si mesmo e mais forte do que nunca. Eu diria que vale à pena.