Nessa entrevista, eu busco entender a vida de um estudante em UChicago, suas extracurriculares principais, pontos chaves para candidatura e a existência das bolsas.
Vamos descobrir sobre a experiência do Giácomo em UChicago!
E claro para começar eu faço a pergunta básica do Why UChicago?
"O student housing com certeza foi um fator importante na minha escolha. Diferente de outras universidades, os alunos moram em uma casa com outros alunos que são desde freshman até senior. E, nestas casas, sempre mora um casal ou um adulto sozinho que geralmente está fazendo um Master Program ou Phd na universidade.
É bom estar em um lugar com pessoas diferentes. UChicago é um lugar para ser livre; por exemplo, em uma das casas, há um casal de estudantes que gostam de se vestir como pessoas do século 19 e não tem nenhum problema nisto. Um ponto muito importante do meu Why UChicago essay foram as oportunidades de estudar italiano. Em UChicago, mesmo double majoring, eu ainda tenho tempo para fazer aulas de italiano (fiz uma aula preparada para quem já fala Português, Espanhol ou Francês, e agora vou para o nível de segundo ano), vou me candidatar para um study abroad program em Roma, e tem vários clubs on campus sobre Itália e Renascimento. Essas oportunidades de me conectar com a cultura dos meus ancestrais enquanto exploro os tópicos acadêmicos que mais me interessam foi bem importante pra eu decidir ir pra UChi"
E quais são as atividades extracurriculares que você faz na universidade?
"Eu participo da Brazilian Student Association em UChicago, o que me deixa mais próximo ao Brasil já que posso realizar/participar de vários eventos ligados à cultura brasileira com o funding oferecido pela universidade; ChoMUN (modelo de simulação das Nações Unidas), uma atividade que eu nunca havia participado antes morando no Brasil mas que agora eu adoro; International Student Advisory Committee e Uncommon Nights onde fazemos um evento temático pro campus a cada fim de quarter"
*Giácomo ainda é colaborador no InspiraSonho e é mentor na BRASA.
Como é o financial aid de UChicago?
“Antes de ir à universidade, lembro de mandar vários e-mails ao admission officer a respeito do quanto eu deveria pagar e muitas outras dúvidas. A resposta foi “para alguém que vai começar o first year em breve, dinheiro não é algo que você deveria se preocupar.” Eu felizmente tive as passagens custeadas por UChicago, trabalho algumas horas semanais como tour guide e, desde que comecei a universidade, não precisei da ajuda financeira de meus pais."
*Para finalizar a entrevista, precisava (com toda a certeza) falar sobre as famigeradas essays de UChicago, famosas por prompts bem diferentes todos os anos.
Sabemos que os alunos não devem buscar uma forma de agradar os admission officers e que devemos contar a nossa história como ela é; mas, ainda assim, você tem alguma dica para quem irá se candidatar para UChicago?
“Seja específico, mostre que o que você deseja fazer que só aquela universidade irá te proporcionar; por exemplo, eu sou a primeira geração da minha família que não sabe falar italiano e ir à UChicago era muito importante pra mim devido às oportunidades de study abroad program na Itália e aulas de italiano que realizo como eletivas, dentre outras coisas. Nas minhas essays, eu fui específico."
Qual aspecto do seu application você acredita que te destacou diante dos Admissions Officers — essays, extracurriculares, notas?
"Ironicamente, apesar de eu trabalhar no mesmo escritório que meu admissions officer, nunca perguntei a ele sobre isso. Entretanto, acredito que minhas essays foram um fator muito importante; sinto que consegui transmitir uma mensagem de quem sou, do que gosto de fazer e de como eu penso através delas. Minhas três essays contavam histórias e se conectavam, explorando desde “como eu penso sobre perguntas” a “como um jogo me ensinou sobre a vida”. Em todas as essays, busquei falar sobre temas que realmente me interessavam ao invés de pensar no que os admissions officers gostariam de ouvir. Por isso, algumas pessoas dizem que eu escrevi sobre coisas “arriscadas”. Acho que me permitir explorar o que gosto fez com que as essays fossem autênticas e transmitissem minha personalidade.
Todo ano, centenas de alunos e ex-alunos de UChicago enviam sugestões de prompts para a famosa uncommon essay. Por isso, todo ano vemos prompts novos, desde “compare maçãs e laranjas” a “o que aconteceria se você estivesse em um barco no século XIII e caísse da Terra?” Essas essays são bem abertas para que o applicant possa explorar sua criatividade. Alguns optam por escrever essays mais científicas, outros essays mais narrativas e há quem faça essays em forma de desenhos — sim, já tivemos prompts assim. Por conta dessa diversidade de opções, acho que o melhor a se fazer é escrever sobre um tema que você realmente goste! Eu usei essa essay como um momento de desestresse, como se eu estivesse falando para mim mesmo sobre aquele tema e refletindo sobre o porquê de eu gostar dele.
Bem, meu tema foi o jogo The Sims. Eu precisava escrever sobre algo que eu gostava por conta de suas particularidades e defeitos. Eu jogo The Sims há 12 anos e já fiz incontáveis histórias, famílias e coisas estranhas que esse jogo proporciona. Na minha essay, explorei como The Sims representa, para mim, momentos de desestresse, de criatividade e, também, de pensamentos sobre a vida. Eu realmente gosto do jogo e tenho muito a falar sobre ele, então achei que seria um tema legal para a essay."
Em relação a universidade, o que a torna tão respeitada na comunidade internacional? Quais são as áreas mais buscadas em UChicago?
"Em geral, UChicago tem uma paixão por perguntas que é encontrada em todas as aulas. A universidade investe não só em pesquisas em novos campos, mas também em pesquisas que questionam o pensamento convencional. Além disso, o Core curriculum é algo muito importante para nós, então todos os alunos da universidade obtêm um conhecimento interdisciplinar que oportuniza diversas discussões dentro e fora da sala de aula, além de novos modos de solucionar problemas de qualquer área.
Quanto às áreas mais buscadas em UChicago, algo que gosto muito é que nossos maiores cursos são bem variados. O maior é Economia, seguido de Biologia e então Matemática, Políticas Públicas e Ciência Política. Entre o top 10, em número de alunos também há Ciência da Computação e Filosofia, por exemplo. Portanto, UChicago não é um ambiente predominantemente STEM, ou Econ, ou humanities; muito pelo contrário, a diversidade de cursos faz com que você sempre esteja em contato com pessoas que se interessam em algo diferente."
Uncommon essay do Giácomo
Fans of the movie Sharknado say that they enjoy it because “it’s so bad, it’s good.” Certain automobile owners prefer classic cars because they “have more character.” And recently, vinyl record sales have skyrocketed because it is perceived that they have a warmer, fuller sound. Discuss something that you love not in spite of but rather due to its quirks or imperfections. - Inspired by Alex Serbanescu, Class of 2021 1-2 pages long
The Day I Ate Hot Dogs with the Death
After my wife died, I played a game of life or death with the Grim Reaper, the personification of death: if I chose the hand in which Nina’s soul was hidden, she would resurrect. Fortunately, everything happened as I planned and we could eat hot dogs by the end of the day to celebrate my second daughter’s birth.
No, it is not some sort of new, extremely awkward Netflix sitcom. It is one of the stories I created while playing “The Sims 2.” Anyone who has ever heard about this franchise knows that The Sims is the most selled life simulator ever. However, because of its bugs and odd possibilities (you can live in a mansion, in the middle of the desert, with your extraterrestrial friend and a skeleton as your maid, and this is one of the less strange things you can do), some have prejudices about this game, saying that it does not simulate life correctly.
I understand but disagree with such negative viewpoint. In The Sims, you can actually create a “Sim” with a normal life: make your Sim go to work, sleep, eat, and watch television. However, you can already do all of this in your life. In my opinion, it is much more interesting to dive in the most nonsense actions you could imagine: make your Sim feed the family’s cow plant, take a walk in the future, and hang out in the bar with some vampires.
This variety of quirky options has played an important role in the development of my creativeness. When I was a child, The Sims was the perfect stage for my tales: a boy who wanted to become a scientist, a woman who was ascending in her pop star career, or a couple who hid the fact that they were witches. I produced my own soap operas, creating and recreating people and places that did not exist. I would never imagine this, but The Sims led me to enjoy elaborating stories and, eventually, to idealize and write a play.
I also found in this game moments to relax. When numerous tests and school projects surrounded me, I could open the laptop to take care of my farm, build a tree house, or adopt a new pet. Situations like the “death and birth with the Grim Reaper” made me laugh when I was bored and forget my problems for some minutes. They were so weird that they captivated me. They had so many bugs that I was often surprised by glitchy cats with enormous paws walking around the house (these were the perfect times for screenshots).
Besides inspiring and funny, The Sims enabled me to try things I would hardly ever do in real life. I was a pop singer, owned a whole island, and set fire to my lounge. I managed a resort, made scientific breakthroughs, and ate omelet. If I felt like destroying the city or decided to initiate a group of grape lovers who liked to gather in the gym, I could do it. I lived different lives and, if something unpredicted happened, such as a discharge, a quarrel, or a catastrophe, I could simply delete it.
Deleting was safety. Different from other games in which you cannot return to a certain point, The Sims let me decide whether I would save my last action. Nonetheless, the real world does not work like that. One of the reasons I most appreciate playing The Sims is that it taught me - showing me the opposite - I only have one chance of living and cannot play games with the Grim Reaper. Therefore, to live the awkward but awesome experiences my Sims did, I must take every opportunity because I will not be able to reset myself. If I want to dance on the sidewalk with my friends, I cannot be afraid of people’s criticism. If I want to express my opinions, I cannot want everyone’s agreement. If I want to follow my aspirations, I cannot wait for someone to tell me what to do. Life cannot be stopped in real life, and the quirky game made me realize it.