No processo de application para as universidades americanas, há casos onde os resultados são muito positivos, e a Isabela representa um desses casos. Entretanto, é necessário ter muita atenção de entender que a aprovação da Isa ocorreu devido a uma longa jornada de anos se dedicando.

Por isto a minha primeira pergunta é entender o seu background. Isabela me fala de onde surgiu a ideia de aplicar para estudar no exterior e como foi essa jornada.

“Durante todo o meu período escolar eu era apaixonada por robótica, estudava em uma escola que proporcionava a chance de estar imersa nessa área e foi devido à minha paixão pela robótica que o meu destino mudou. Após uma competição de robótica, minha equipe foi selecionada para participar da fase internacional da RoboCup; entretanto, minha escola decidiu sem avisar os alunos que iria abrir mão da nossa vaga. Para mim e para a minha equipe, era muito importante esse sonho e depois que não tivemos essa oportunidade foi um grande choque. Em uma tentativa da escola de reaver suas ações, eu ganhei um ingresso para ir a um workshop do Estudar Fora, programa da Fundação Estudar. Foi aí que eu descobri que estudar nos Estados Unidos era possível. Tempos depois, consegui uma bolsa na turma ITA do Farias Brito e lá continuei meus projetos até aplicar para as universidades americanas.”

O Farias Brito é uma escola de grande renome e muito provávelmente você teve uma boa base escolar e conseguia ter um bom desempenho nos testes, mas nós sabemos que para estudar no exterior é preciso mais do que isso. Há diversas pessoas com test scores perfeitos e que não são aprovadas, como você se sentia?

“No Farias Brito, no meu ano, muitas pessoas estavam aplicando e por muitos momentos, mesmo que eu tivesse notas razoáveis e minhas extracurriculares fossem o que eu amava, eu pensava no fato de não ter participado de nenhuma olimpíada internacional e pensei seriamente em desistir. Fiquei sem perspectiva: estando no meio de muitas pessoas que aplicam, você se fortalece, mas também se compara muito. O que eu decidi foi olhar pra frente e bloquear todo o externo.”

Vamos falar agora de Stanford, eu sei que essa universidade é um mundo, mas eu quero saber de você como é estudar aí!

“É engraçado pensar que Stanford era a minha segunda opção e hoje eu não poderia estar mais feliz aqui, eu agradeço muito por ter vindo para cá, o match foi muito bom. Aqui tem muita atividade extracurricular, bom astral, em dias de sol as pessoas tomam banho de biquíni nas fontes do campus, a nossa banda é única com suas fantasias extravagantes. Há muitos clubes e, no começo do ano, acontece uma activity fair, que é um grande evento para recrutar os freshmen.

Quais atividades você realiza em Stanford?

“No primeiro ano, eu decidi saber quem era a Isabela sem robótica, então eu fiz parte do clube de basquete e do Stanford space initiative, que é muito incrível — o clube tem um bunker inteiro e foi primeiro lugar dos EUA numa competição da NASA ano passado.”

Como é a sua rotina?

“Diferente do Brasil, onde temos muitas aulas por dia, em Stanford você pega menos matérias e estuda mais fora da sala de aula. Eu também tenho um part-time job onde eu sou responsável por alguns equipamentos da universidade. Às vezes os alunos precisam alugar uma câmera ou um computador, e eu sou quem ajuda eles nisso. O ano letivo aqui é dividido em quarters, então você escolhe quais aulas irá estudar em cada trimestre. Eu gosto de ter agenda bem cheia e este ano estou planejando entrar em um clube de robótica e estou ajudando a organizar a Brazil at Silicon Valley."

Como está a sua relação futura com o Brasil?

"Quando ainda estava no Brasil, pensava que, depois que eu fosse embora, não gostaria de voltar, mas agora estando longe eu repensei muito sobre isso e sobre o legado que quero deixar. Quero voltar ao Brasil. Sei que a oportunidade de uma educação fantástica que tenho aqui é única e preciso fazer algo com isso."