Querido mentee,

Tudo bem? Meu nome é Nicolle e hoje estou aqui para tentar desmistificar um pouco a college list, que nada mais é do que a lista das faculdades que você vai se candidatar — e mais do que isso: como montar uma boa college list.

college list era a parte que eu menos gostava no meu primeiro application. Eu não gostava de me imaginar numa universidade que não fosse minha dream e, como geralmente fazemos com as coisas que não gostamos, deixei para a última hora.

Grande erro! Eu diria que planejamento de tempo é essencial em todas as partes do application, mas principalmente na college list. Ao fazê-la com antecedência, você consegue definir aspectos essenciais, como quais testes e notas vai precisar, quais essays vai escrever, se vai conseguir isenção de taxas de envio de notas e documentos financeiros — enfim, basicamente tudo.

No meu segundo application, resolvi dar real importância à college list — cheguei a pesquisar detalhadamente em torno de 40 universidades — e, acredite ou não, foi muito divertido. Eu aprendi não só sobre o sistema de ensino superior americano, mas sobre mim mesma e sobre o que eu quero na minha vida acadêmica.

Não vou mentir: montar uma college list bem informada, com intencionalidade e coerência é trabalhoso, mas é uma etapa muito importante, porque delimita as faculdades que você pode ser aceito e eventualmente estudar.

Existem quase 4.000 universidades nos Estados Unidos, porém a maioria das pessoas aplica para 10 a 15 faculdades — mais que isso pode ser tornar inviável por uma matemática simples: cada faculdade adicionada irá aumentar seu tempo gasto em pesquisas, redações e custos para envio de notas de testes, application e documentos financeiros, caso você não consiga isenção.

Portanto, se você tem, estrategicamente, um número limitado de faculdades que poderá se candidatar, você quer se certificar que 1) você terá ao menos uma aceitação 2) independente de que universidade vier essa aceitação, você será feliz nela.

Nesse artigo inicial, vou clarificar como montar uma college list que atenda a esses dois requisitos. Então, pega a pipoca e um caderninho para acompanhar!

O Primeiro Erro

A grande maioria dos estudantes inicia sua College List pesquisando no Google: melhores universidades do mundo. O resultado dessa busca são diversos rankings que influenciam iniciantes a focarem somente em universidades muito renomadas e no topo dessas classificações (como Harvard, MIT, Stanford e Yale), pois têm o pré-julgamento de que outras universidades americanas não seriam tão boas assim. Essa é uma ideia totalmente equivocada, tendo em vista que existem muitas universidades americanas de excelência (e que são referências no mundo todo) que a grande maioria dos brasileiros sequer conhece.

Diversos sites como US News, Times Higher Education e Forbes publicam rankings anuais que classificam as universidades dos EUA e do mundo por ordem de "excelência". Nós, que acabamos de entrar no processo e sabemos da credibilidade daquelas fontes, acreditamos cegamente no que lemos e esquecemos de nos lembrar que todo ranking é feito através de fatores escolhidos pela fonte e que podem ou não ter a ver com fatores relevantes para nós. Por exemplo, alguns rankings levam em conta informações pertinentes aos programas de pós-graduação da faculdade, o que para nós, como undergrads, não vai fazer a menor diferença. Além disso, nos rankings tradicionais de universidades nacionais e globais, Liberal Arts Colleges (como Williams, Amherst e Swarthmore), apesar de terem um dos melhores sistemas de ensino do mundo, são raramente encontradas por não se enquadrarem em determinados critérios dessas classificações.

Minha intenção não é depreciar os rankings — eu reconheço que eles têm sua importância. Contudo, eles não devem ser a base de uma boa college list.

A Base de Uma Boa College List

Fit.

Essa é a palavra que utilizamos para descrever quando um aluno se encaixa perfeitamente em uma universidade, tanto academicamente quanto socialmente e até mesmo nos valores e princípios dela. Fit é o que você deve almejar em todas (sim, todas) universidades da sua college list. É através do Fit que você identificará as universidades que vão lhe fazer feliz e, consequentemente, toda sua candidatura revelará sua paixão pela universidade e como você e ela são um match perfeito."Mas, Nicolle, como eu posso saber se vou ser feliz numa universidade?"

Principais fatores para considerar

Antes mesmo de começar a pesquisar as universidades individualmente, é ideal que você desenvolva uma relação de fatores importantes para você numa universidade. A seguir, você verá os principais fatores dentro da comunidade do application; entretanto, lembre-se de que os seus podem diferir ou incluir outros. De qualquer forma, espero que eles possam te dar um direcionamento inicial nas suas pesquisas.

1. Disponibilidade de Bolsas

Na maioria dos artigos sobre college list, você não veria "Disponibilidade de Bolsas" como o primeiro fator a ser considerado na hora de montar a sua. Entretanto, estou incluindo-o como primeiro, porque sei que grande parte dos brasileiros que se candidatam a universidades americanas precisam de bolsa parcial ou completa, e muitos esquecem de considerar esse detalhe crucial. Vejo que muitas pessoas acabam montando listas com universidades como USC, Georgia Tech e Georgetown — universidades incríveis, mas com um péssimo histórico de bolsas integrais para brasileiros. Como esse é assunto que tende a gerar bastante dúvidas, temos um artigo sobre como funcionam as bolsas, que também explica como encontrar essas universidades.

Mas, por ora, fica aqui meu lembrete: antes de considerar qualquer um dos fatores abaixo, verifique se a universidade oferece o valor de bolsa que você precisa. O primeiro fit que você deve almejar é o financeiro, porque esse é o único fit cuja ausência pode impedir sua ida à universidade.

2. Competitividade

Este fator é um dos mais imprtantes, portanto precisa estar no topo dos seus critérios. Algumas faculdades possuem um número exponencialmente maior de candidatos do que de vagas disponíveis. É o caso de Harvard, que em 2020 recebeu 40,248 candidaturas para apenas 2,015 vagas (e em 2021, o número de candidaturas foi de mais de 57,000). O que isso significa? 1) mesmo pessoas altamente qualificadas têm baixas chances de admissão (5%, em Harvard) e 2) que, uma vez que a concorrência é grande, para se destacar, cria-se uma exigência maior em relação a notas de provas, extracurriculares, essays e todas partes do application no geral. Essas faculdades são chamadas de dreams e têm tipicamente uma acceptance rate entre 5% e 20%. Ou seja, para uma faculdade com acceptance rate de 5%, a cada 100 pessoas que aplicam, somente 5 são aceitas!

Existe um segundo grupo de faculdades que são bastante seletivas —menos de metade dos que aplicam são aceitos — mas não chegam a ser tão seletivas quanto às dreams. Essas faculdades são chamadas de reach ou match schools, e a taxa de aceitação fica entre 20% e 50%.

Por fim, há uma terceira categoria: as safety schools. Mais da metade dos applicants são aceitos, e a exigência com relação a notas costuma não ser alta. Algumas pessoas pensam que, por causa da acceptance rate alta, a aceitação é garantida, mas é importante lembrar que nós, brasileiros, somos categorizados como alunos internacionais e, portanto, concorremos a um número bem menor de vagas. Somando isso ao fato de que a maioria das faculdades são need-aware (precisar de bolsa pode negativamente influenciar na sua aceitação) para internacionais e que muitas vezes precisamos de bolsa, uma safety school se torna algo "não tão safe" assim. Muitas pessoas fazem o ENEM e outros vestibulares para ter as faculdades brasileiras como safeties — o que eu considero uma ótima opção. O importante é que você inclua safeties na sua lista, sejam elas estadunidenses ou brasileiras.

De modo geral, considero importante que todo applicant inclua dreams, reaches safeties em sua college list, e a proporção vai depender do perfil do applicant em questão. As notas nos testes padronizados são uma bom indicativo para definir isso, e nesse artigo explicamos como saber se sua nota é competitiva para determinada universidade. Contudo, tenha em mente que scores não são uma medida absoluta e que todos os anos há brasileiros aprovados com um score relativamente baixo em universidades bastante competitivas.

3. Estrutura do Currículo

Aqui, no Brasil, nós estamos acostumados a ter uma grade de aulas mais estruturada referente ao nosso curso, e um aluno tipicamente só pega aulas fora do seu major (curso) no seu último ano de faculdade. Nos Estados Unidos, porém, a estrutura do currículo pode variar bastante de universidade para universidade.

Algumas faculdades têm um Core Curriculumum conjunto de aulas que todos estudantes têm que fazer para adquirir conhecimento em várias áreas, independente do seu major. Por exemplo, em Columbia University, 1/3 do seu tempo em sala de aula será para cumprir as aulas obrigatórias do Core Curriculum, o qual inclui aulas em Literature HumanitiesFrontiers of Science Contemporary Civilization. Alguns outros exemplos de universidades muito reconhecidas pelo seu Core Curriculum são University of Chicago Providence College.

Já outras universidades têm o completo oposto, um Open Curriculumno qual o estudante tem mais liberdade para estruturar sua trajetória acadêmica. A ausência de vários requerimentos acadêmicos permite que o estudante explore aulas totalmente fora do seu major. Numa universidade com Open Curriculum, é comum que um aluno de Computer Science faça aulas sobre História da China e Composição Musical, por exemplo. Por outro lado, você terá a liberdade de focar muito em uma área específica também. Alguns exemplos de universidades conhecidas pelo seuOpen Curriculum são Brown University, Vassar College e University of Rochester.

A maioria das universidades cai no meio disso: elas têm apenas requerimentos acadêmicas mínimos, e a quantidade deles e as aulas obrigatórias varia para cada instituição.

É importante pensar sobre qual estrutura de currículo você se identifica mais, porque isso irá afetar bastante sua experiência universitária. Você pode se sentir preso e frustrado em um Core Curriculum ou sobrecarregado e sem direção em umOpen Curriculum ou, ainda, preferir evitar extremos e estudar em uma universidade com currículo mais tradicional.

4. Ambiente e Localização

De modo geral, as universidades americanas podem estar inseridas em três ambientes diferentes: rural, suburbano, ou urbano. Cada uma dessas possibilidades tem seus prós e contras.

Por exemplo, estar em um ambiente urbano e metropolitano como o de Barnard College pode trazer mais oportunidades de internships (estágios) locais, mas também fazer com que o senso de comunidade da universidade se disperse, visto que a maioria dos estudantes pode optar em explorar a cidade no tempo livre. Já estudar num ambiente rural, como o de Middlebury College, pode trazer acesso limitado a lojas e atividades culturais; entretanto, também costuma trazer menos poluição sonora, menor criminalidade e um forte espírito comunitário.

Um ambiente suburbano fica no meio do espectro e, por mais que pareça ser o equilíbrio perfeito, também pode fazer com que os alunos se sintam numa "bolha", já que, por mais que os alunos estejam próximos a ambientes urbanos, eles frequentemente se limitam às dependências da faculdade. Os alunos de Stanford, por exemplo, se referem à esse fenômeno como "Stanford bubble".

Além disso, clima, localização geográfica e particularidades culturais de cada estado americano podem ser fatores interessantes de se considerar, mas não se limite muito a eles.

Essa é uma escolha que exige sobretudo autoconhecimento e reflexão. Recomendo que você reflita sobre suas experiências morando ou estudando nesses tipos de ambientes e como isso tem afetado sua qualidade de vida.

5. Tamanho da Universidade e da Class

O tamanho é outro fator bastante importante a considerar e, novamente, isso exige autoconhecimento e reflexão. Durante sua vida escolar, você estudou em escolas com turmas grandes ou pequenas? Você se lembra como isso te atrapalhava ou estimulava intelectualmente?

Algumas pessoas tendem a preferir ambientes menores, que estimulam discussão e participação e têm uma atmosfera mais íntima, especialmente com o contato mais próximo dos professores. Já outras se sentiriam mais confortáveis e livres em locais com mais pessoas, assim como aulas com menos discussão e mais apresentação e palestras.

Existem universidades nesses dois espectros e, para descobrir em qual dos dois uma universidade se encaixa, você pode pesquisar pelo seguinte:

  • Número total de alunos que estão fazendo graduação e na universidade no geral. Além disso, você pode se interessar também em saber o número de estudantes internacionais que a instituição possui e qual é a porcentagem que estes representam em relação ao todo.
  • Se a universidade possui programas de pós graduação, como Mestrado, MBA, PhD, entre outros. A existência desses programas está diretamente relacionado a números maiores de estudantes na universidade e, possivelmente, aulas um pouco maiores e com menos contato direto com professores.
  • student-faculty ratio. É a relação entre o número de estudantes para cada professor. Este número, combinado com o average class size (quantos alunos uma aula geralmente possui) pode oferecer informações preciosas sobre sua experiência dentro de classe.

Se estiver interessado em universidades com um foco maior em estudantes de Graduação (Undergraduation), as Liberal Arts Colleges são excelentes opções. Além do sistema de ensino altamente renomado e de excelência, os estudantes comumente possuem mais facilidades para participarem de estágios, pesquisas, trabalhos e outras oportunidades universitárias, visto que essas instituições não possuem cursos de pós-graduação e constroem um forte espírito comunitário e participativo entre seus estudantes.

6. Majors and Minors Disponíveis

Aqui, no Brasil, precisamos escolher nosso curso de cara, quando acabamos de sair do Ensino Médio. Felizmente, nos Estados Unidos, a história é bem diferente. Os alunos tipicamente só escolhem seu major no final do seu sophomore year (segundo ano) e ainda têm a oportunidade de mudar de major se conseguiram cumprir os requerimentos necessários para outros majors a tempo de se graduar.

Então, se você não tem ideia do que quer cursar, pode ter certeza que vai ter bastante liberdade para explorar antes de decidir seu curso. Todavia, ao fazer sua College List, tenha certeza de que as universidades que você incluir possuam departamentos e aulas nas áreas que você quer explorar!

De modo geral, recomendo que você anote ao longo da sua pesquisa todos os majors que possivelmente lhe interessam numa universidade. Dessa forma, você se certifica de que há cursos do seu interesse e que terá mais de uma opção na mesma área. Por exemplo, eu sou extremamente interessada pelo cérebro humano, então incluí universidades que tenham tanto o major Psychology, quanto Neuroscience e, algumas vezes, Cognitive Sciences.

Um major equivale a um bacharelado no Brasil. Contudo, além do bacharelado, as universidades americanas ainda oferecem minors, que não possuem equivalentes aqui.

Um minor é como um diploma compacto ou uma forma de especialização, com menos requerimentos que um major, mas que ainda sim mostra expertise num determinado assunto. Um minor pode ou não ter relação direta com seu major. Por exemplo, um estudante pode cursar International Relations e fazer um minor em Art History ou Contemporary Dance, se assim desejar e a universidade possuir essas opções.

Há ainda a possibilidade de fazer mais de um major (double major) e/ou mais de um minor (double minor). Vale lembrar que é importante checar o que cada universidade oferece em seus sites, porque isso pode variar. Princeton University, por exemplo, não oferece double major, enquanto Brown University não oferece minors.

Ao montar sua college list, confira se ela oferece os majors e minors pelos quais você se interessa e se você conseguirá combinar seus interesses como deseja. Contudo, não se limite cegamente a um major (principalmente majors em Engenharia), visto que 1) muitas universidades não vão possuir o curso e 2) você pode vir a mudar de ideia durante a graduação, especialmente depois de explorar tantas aulas e oportunidades diferentes.

7. Oportunidades Acadêmicas

Além da faculdade oferecer seu major, é importante saber o que ela oferece dentro do seu major. Academicamente, isso inclui olhar a lista de faculty (professores), aulas disponíveis, pesquisas sendo conduzidas e programas de intercâmbio acadêmico (study abroad). Por que isso é importante? Para não correr o risco de você ir para uma faculdade animadíssimo para aprender sobre a história dos povos ameríndios no major de História e descobrir que não há professores (ou sequer aulas) que tratam sobre esse assunto!

Além disso, o seu departamento pode oferecer mais ou menos suporte para seus graduandos. Algumas faculdades têm Undergraduate Associations para majors específicos, que promovem orientação para calouros e organizam study sessions. Outras têm centros específicos para ajudar alunos com dificuldades, como Kenyon College, que possui o Math and Science Center, um centro no qual estudantes podem diariamente tirar dúvidas de aulas específicas de ciência, matemática e economia com veteranos. Se você acha que pode ter dificuldade em principalmente acompanhar o ritmo da faculdade, se atente à essa questão.

Por fim, alguns majors específicos requerem uma estrutura maior, e a ausência dela pode prejudicar o estudo de um determinado campo. Como disse nosso colunista Gabriel Negrão: "Do que adianta eu estudar química numa universidade onde não posso explodir nada no laboratório?" Temos a impressão de que apenas universidades grandes vão ter a estrutura que precisamos, mas isso nem sempre é verdade. O departamento de física de Vassar College, por exemplo, conta com telescópios de 0.5 e 0.8 metros equipados com computadores, câmeras eletrônicas e espectrógrafos. Há ainda um laboratório para construção e teste de instrumentos astronômicos!

Tenho que admitir que essa parte da pesquisa foi a mais divertida para mim. Fiquei sabendo, por exemplo, que os alunos de alguns laboratórios em Pomona College fazem brownies de tabela periódica ao final de um ano letivo. Enfim, você vai encontrando detalhes que fazem você perceber se realmente tem fit com uma faculdade, o que nos leva ao próximo ponto: o fit social.

8. Fit Social

Até agora só falamos sobre o fit acadêmico, mas não é só de academics que vamos viver na universidade. Principalmente nas universidades americanas, por você morar no campus e viver a experiência universitária 24/7, o fit social pode ser um ponto extremamente relevante.

Afinal, qual seria a graça de ficar em casa num sábado à noite revendo Sexto Sentido pela décima vez enquanto seus amigos estão em festas de fraternidades? Bom, eu acho que ainda sim teria graça, mas ter amigos com interesses parecidos sem dúvidas ajudaria.

Nesse sentido, através de sites como Niche, BigFuture Unigo, você pode descobrir o perfil de aluno de uma universidade. Em algumas universidades como Carleton College, os alunos são conhecidos por serem quirky e terem uma vida social mais reservada. Agora, em outras como Washington and Lee University, os alunos são mais outgoing — cerca de 75% dos alunos fazem parte de fraternidades ou sororidades.

Para entender melhor se você tem fit social com uma universidade, pesquise sobre a sua Student ou Campus Life. Esse nome se refere a todo o conjunto de atividades que uma universidade oferece, como os clubes, eventos e tradições que criam a atmosfera de um campus. Grinnell College, por exemplo, tem um clube chamado Nerf at Noyce (sim, você leu certo, um clube para os alunos brincarem com Nerf!).

Outro ponto muito importante para descobrir o fit social é descobrir se há representatividade suficiente de um grupo importante para você. Se para você é importante estar em uma universidade com pessoas da sua etnia, orientação sexual ou religião, não deixe de procurar por esses tipos de informações, as quais estão disponíveis no Common Data Set de cada universidade. Você pode inclusive verificar lá a porcentagem de estudantes internacionais, de homens e mulheres. Vale acrescentar aqui que existem as Women's Colleges, que são faculdades exclusivamente para mulheres, com foco em protagonismo e liderança feminina.

Por fim, para você, pode ser importante ter uma comunidade de brasileiros na sua universidade. Sei que isso pode parecer meio contraditório de cara, "Ué, por que eu iria estudar nos Estados Unidos para ficar com brasileiros?", mas ter brasileiros perto de você pode ajudar a estruturar projetos de impacto social no Brasil ao retornar, se esse for seu objetivo. O Movimento Mapa Educação, por exemplo, foi criado por brasileiros que cursavam a graduação em Harvard.

Sentir-se ou não acolhido e representado na sua comunidade escolar pode impactar muito sua experiência, então não deixe de considerar o fit social na hora de compilar sua College List!

Considerações Finais

Mentee, como todas as coisas na vida, não vai existir uma College List perfeita, na qual todas universidades atendam aos seus requisitos e preferências. E tudo bem! Priorize os fatores mais importantes pra você e seja flexível com os que não são tanto assim.

Eu espero que você tenha gostado de ler esse artigo tanto quanto eu gostei de escrevê-lo e que agora esteja se sentindo inspirado para criar uma college list com carinho e intenção. Mesmo eu não te conhecendo (ainda!), saiba que vou estar torcendo por você de longe e que desejo que seu ano de application seja tão transformador quanto foi o meu.

Com muito carinho,

Nicolle